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Senta que lá vem a estória:
Meus filhos estavam tão empolgados que não conseguiram esperar até domingo para me dar os presentes feitos na escola. Então, na sexta-feira, depois da aula, fui presenteada com lembranças artesanais que encheram meu coração de amor, orgulho e profunda gratidão por ter filhos tão carinhosos e empáticos.
Você conhece aqueles momentos em que pensa: “Talvez eu esteja fazendo algo certo para merecer essas crianças incríveis”?
Todas as noites sem dormir. A casa bagunçada. A preocupação quando eles estão doentes. A culpa após gritar. A pressão de não fazer o suficiente. O remorso por perder uma excursão escolar por causa do trabalho. Tudo isso.
Mas, no momento em que recebi aqueles presentes, esses sentimentos pesados foram substituídos por algo mais leve: gratidão por ter conseguido, por ver que os sacrifícios estão começando a valer a pena e por perceber meus filhos prosperando.
No final das contas, a forma como eles nos veem importa mais do que como nos vemos. Nós nos pressionamos para sermos perfeitas, mas, para eles, já somos mais do que suficientes.
Esta história não é apenas sobre o quanto meus filhos são maravilhosos (todos sentimos isso em relação aos nossos, não é?). É sobre honrar ambos os lados da maternidade: os momentos brilhantes em que nos sentimos amadas e os mais sombrios em que nos sentimos exaustas.
Espero que possamos continuar nos apoiando e colecionando mais momentos brilhantes nessa jornada difícil e bonita de criar um filho.
Vamos falar sobre isso:
Este artigo é dedicado a todas as mães que trabalham, seja em tempo integral em casa ou com emprego remunerado fora dela.
Deixe-me começar dizendo que realmente não gosto quando as pessoas (especialmente homens) perguntam às mães em tempo integral: “Então, você não trabalha fora de casa?”
A realidade é que as mães estão sempre trabalhando, seja dentro ou fora de casa.
Adoro quando meu pai diz que alguns homens “terceirizam” a criação dos filhos para suas esposas. Ele está (infelizmente) tão certo.
A diferença é que as mães em tempo integral não são financeiramente compensadas pelo trabalho que realizam. No entanto, muitas das mesmas habilidades que as mulheres usam no local de trabalho — organização, comunicação, persuasão, saber dizer não, priorizar tarefas e horários — são essenciais na criação dos filhos também, especialmente quando você está totalmente dedicada a eles.
Então, por favor, pare de perguntar se as mães em tempo integral “não trabalham”.
Vamos cultivar a curiosidade e aprender com elas, não julgá-las.
Confie em mim: elas provavelmente já enfrentam pressão interna suficiente, constantemente se perguntando se fizeram a escolha certa ao colocar suas carreiras em espera para criar seus filhos.
Hoje é Dia das Mães, e nossas redes sociais estão repletas de “as melhores mães”, mensagens de amor e presentes atenciosos. Mas a maternidade nem sempre é uma história romântica.
Precisamos ser reais sobre isso, porque só assim podemos educar e apoiar umas às outras. E, com mais honestidade, veremos menos julgamentos, menos discriminação e mais empatia e cuidado.
Para algumas de nós, os desafios da maternidade começam muito antes de vermos duas linhas em um teste de gravidez.
Dificuldade nº 1: É a hora certa?
Talvez você esteja prosperando em sua carreira, mas seu relógio biológico está correndo, então sente-se pressionada a decidir se agora é o momento certo. Ou talvez você ainda não tenha encontrado um parceiro com quem possa imaginar criar um filho, e a ideia de fazer isso sozinha parece esmagadora.
Dificuldade nº 2: Sou capaz de engravidar?
A Organização Mundial da Saúde relata que 1 em cada 6 pessoas em todo o mundo experimenta infertilidade em algum momento de suas vidas. Essa estatística parte meu coração.
Passei por três anos de tratamento de infertilidade antes de termos nosso primeiro milagre, mas muitas mulheres não têm essa mesma chance. Esses tratamentos são incrivelmente difíceis, financeiramente, fisicamente e emocionalmente.
Dificuldade nº 3: Tenho as habilidades para criar um filho?
As crianças não vêm com manual (embora existam milhares de livros e podcasts que tentam). Nenhum deles realmente prepara você para a maternidade. É através de tentativa e erro que construímos as habilidades e a confiança para criar bons seres humanos.
Mas aqui está a questão: justo quando você acha que entendeu tudo, passa mais um mês e seu filho a surpreende com novos comportamentos que desafiam tudo o que você acabou de aprender, forçando-a a se adaptar novamente.
“Quando um bebê nasce, nasce também uma mãe.”
Este ditado popular carrega tanta verdade, porque nem o bebê nem a mãe existiam antes. Ele captura lindamente a profunda transformação que uma mulher passa no momento em que se torna mãe. Não é apenas o começo de uma nova vida, mas também o nascimento de uma identidade completamente nova.
Mas o que as pessoas não falam o suficiente é: quando o bebê nasce, uma enxurrada de novas emoções nasce com a mãe, sob demanda. Ansiedade. Medo. Culpa.
Nossas prioridades mudam da noite para o dia. Nossa identidade pode parecer perdida, às vezes por um momento, às vezes por anos. E um nível totalmente novo de pressão (tanto interna quanto externa) se instala.
Com um recém-nascido, oramos por mais de duas horas de sono ininterrupto. Mas, quando isso acontece, levantamo-nos a cada dez minutos para verificar se eles ainda estão respirando. Esse medo entra em ação, o medo do desconhecido. Essa respiração rápida é normal?
Depois vem a ansiedade, especialmente quando a licença maternidade está terminando. A ideia de entregar seu bebê frágil para uma creche ou para alguém que não é “perfeito” como você pode parecer esmagadora.
E a culpa?
Ah, a culpa.
Eu poderia escrever um livro inteiro sobre isso. Sentimo-nos culpadas por fazer demais ou por não fazer o suficiente, por trabalhar demais ou por não trabalhar nada, por estabelecer muitos limites ou poucos. Por mandar para a creche cedo demais ou por mantê-los em casa por muito tempo. Por jantares de fast food, por fins de semana preguiçosos, por todas as pequenas escolhas que não correspondem ao padrão imaginário da “mãe perfeita”.
Você entendeu.
Provavelmente, você tem sua própria lista.
Em um ponto, eu realmente pensei que a culpa havia se tornado meu sobrenome. Ela começou a me definir.
Então, um dia, eu estava conversando com minha terapeuta sobre algo pelo qual me sentia culpada, e ela me perguntou:
“Se sua melhor amiga estivesse na mesma situação, você a julgaria?”
Sem hesitação, eu disse: “Claro que não. Ela faz tanto. Ela equilibra a carreira, a casa, os filhos... por que eu a julgaria?”
Aquele momento me atingiu.
Eu nem precisei terminar meu pensamento para perceber: eu não estava sendo justa comigo mesma. Eu não estava me tratando com a mesma compaixão que oferecia aos outros.
Aquele dia não fez a culpa desaparecer magicamente. Mas tirou seu poder. Ela parou de me dominar.
A maternidade pode nos fazer perder a nós mesmas por um tempo. Nossas prioridades mudam tão rapidamente, e a onda de novas informações é constante. É por isso que precisamos ser intencionais em redescobrir quem somos, peça por peça.
Mas chega de falar sobre as dificuldades, porque também há tanta beleza na maternidade.
Apesar de todos os desafios, há inúmeros momentos de amor, alegria e significado que nos mantêm realizadas e com os pés no chão. São esses momentos que nos lembram por que fazemos tudo isso.
Quando pensei em escrever este post, não tinha certeza de que direção tomar. Então, recorri aos especialistas: meus filhos. Perguntei a eles: “Se vocês pudessem construir a mãe perfeita, que qualidades ela teria?”
A primeira resposta do Luca foi: “Uma que nos deixa fazer o que quisermos.”
Mas, quando viu a Lara levando a pergunta a sério, seu lado competitivo entrou em ação, e ele decidiu contribuir de forma mais reflexiva.
Aqui está a lista que eles criaram:
Uma ótima mãe é...
Paciente
Gentil
Justa
Aberta para deixar seu filho explorar
Empática
Uma professora de bom comportamento
Alguém que desafia seus filhos a saírem da zona de conforto
Tem cabelo bonito (comentário brincalhão do Mateo, rapidamente contestado pela Lara: “Então, uma mãe que perdeu o cabelo por causa do câncer não é uma boa mãe?”)
Atenciosa
Responsável
Grata por seus filhos
Ambiciosa (Luca acrescentou: “Ela precisa ter grandes objetivos!”)
Ansiosa e empolgada para experimentar coisas novas
Alguém que encoraja seus filhos
Carinhosa
Alguém que enche seus dias de atividades
Divertida
Inspiradora
A lista continuava crescendo, e sim, não ousei perguntar se eu preenchia todos os requisitos! 😉
Somos tão duras conosco mesmas. Com cada adjetivo que eles nomeavam, eu me perguntava se realmente correspondia, e imediatamente lembrava de momentos em que falhei. Então, lembrava do chaveiro que o Luca me deu no Dia das Mães:
“É incrível como você faz o almoço para três crianças e ainda chega ao trabalho na hora.”
Às 7h da manhã, muitas vezes estou cortando legumes e frutas para os lanches da escola enquanto respondo mensagens no Slack ou finalizo slides para minha reunião das 8h. Já me senti culpada por não levá-los pessoalmente à escola, mas o que o Luca percebe é que eu os sirvo com comida saudável e cumpro minhas responsabilidades no trabalho.
Precisamos nos ver através dos olhos deles. Isso nos ajuda a apreciar o que fazemos e a sermos mais gentis conosco mesmas. Menos culpa, mais graça.
Vamos cometer erros. Como Philippa Perry escreve em “O Livro que Você Gostaria que Seus Pais Tivessem Lido”, uma boa parentalidade não se trata de perfeição. É sobre como nos conectamos emocionalmente, reparamos quando cometemos erros e modelamos sentimentos saudáveis.
Como podemos mostrar uma expressão emocional saudável se nos fixamos nas “más” emoções que a maternidade traz: exaustão, pressão, dúvidas?
Como podemos nos conectar emocionalmente se a culpa nos mantém presas aos erros do passado?
Como podemos reparar relacionamentos se nossas vidas são tão agitadas que mal conseguimos ouvir e nos envolver?
Eu não tenho todas as respostas. O que eu sei é o seguinte: nada no mundo é mais importante para mim do que meus filhos, e estou determinada a ser a melhor pessoa que posso ser para eles.
O amor não são apenas palavras; são ações. Começa com autoconsciência, entendendo onde estou emocionalmente e trabalhando continuamente para crescer. É assim que posso realmente saborear o lado mais brilhante da maternidade: o fluxo de amor entre nós.
E quando o caminho fica difícil, busco minha maior inspiração: minha mãe. Seus sacrifícios por mim e meus irmãos nos moldaram para sermos pessoas carinhosas, bondosas e empáticas. Seu espírito “realizador” e sua positividade são nossa herança, e espero que possamos transmiti-los às gerações futuras.
Quando olho para minha mãe, incansável, dedicada, incansavelmente otimista, vejo o modelo de um amor que nunca desiste. Seus sacrifícios me ensinaram que a maternidade é tanto um privilégio quanto uma força poderosa para o bem.
Na minha própria jornada, tropecei por noites sem dormir, dúvidas e angústias, mas também senti a alegria esmagadora de mãos pequenas envolvendo as minhas e o orgulho de ver meus filhos crescerem em suas melhores versões.
Para todas as mães por aí: sua história, com falhas, triunfos e tudo, importa. Que o legado da minha mãe e o meu caminho imperfeito lembrem a você que você é mais forte do que imagina, e que, com cada escolha amorosa, você está escrevendo uma obra-prima da maternidade que inspirará não apenas seus filhos, mas todas as mulheres que vierem depois de você.
Estratégia Cabeça, Coração e Mãos: Um Guia Prático para a Maternidade do Dia a Dia
No espírito de honrar nossas próprias jornadas e as mulheres que vieram antes de nós, quero compartilhar três formas pequenas, mas poderosas, de infundir mais propósito, conexão e graça na maternidade. Este framework “Cabeça, Coração e Mãos” oferece um guia simples para nos ajudar a pensar, sentir e agir com intenção.
🤯 Estratégia Cabeça: Amplie Seu Entendimento
Leia: O Livro que Você Gostaria que Seus Pais Tivessem Lido, de Philippa Perry
Este livro desafia suavemente como fomos educados, incentivando uma maior consciência dos padrões emocionais que podemos, sem querer, passar adiante. Não oferece perfeição—mas dá permissão para crescer e quebrar ciclos com amor, não com culpa.
💗 Estratégia Coração: Fale Consigo Mesma Como Faria com Uma Amiga
A maternidade pode ser solitária, especialmente quando a culpa ou a dúvida começam a surgir. Eu te convido a tratar a si mesma com a mesma compaixão que você ofereceria à sua melhor amiga. Da próxima vez que você se sentir sobrecarregada, pare e pergunte:
“Se alguém que eu amo estivesse se sentindo assim, o que eu diria a ela?”
Então, ofereça essa mesma bondade a você mesma. Isso não é indulgência—é resiliência emocional.
🤲 Estratégia Mãos: Pratique a Presença em vez da Perfeição
Até os menores momentos intencionais podem se tornar âncoras de conexão. Dedique cinco minutos para brincar sem interrupções. Diga sim para a dança espontânea. Coloque o celular de lado durante os momentos de aconchego à noite.
Você não precisa fazer tudo—basta estar lá, de forma plena, mesmo que por um breve momento. Esses pequenos gestos de presença constroem confiança, alegria e as memórias que seus filhos carregarão em suas próprias vidas.
Cada uma de nós está escrevendo uma história de maternidade que é digna, imperfeita, forte e cheia de graça. Então, aqui está a nossa jornada: continuar aparecendo, não como mães perfeitas, mas como seres humanos reais, crescendo e fazendo o nosso melhor. Uma escolha, um abraço, um momento de cada vez.
Nicely said!
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