on
English
- Get link
- Other Apps
Senta que lá vem a história:
Lila, como executiva de vendas, participou de inúmeras conferências nos últimos anos. Ela havia dominado a arte do bate-papo casual, se forçado a sorrir e colecionar cartões de visita que raramente seguia. Mas algo nesses eventos a incomodava, embora ela não conseguisse identificar exatamente o que era.
Na conferência mais recente, cercada por uma multidão de homens em ternos impecáveis, Lila se viu em mais um encontro de networking. Ela se preparou para a mesma rotina: apresentações, sorrisos, perguntar o que trouxe as pessoas ao evento. Não era que ela não gostasse das pessoas, mas a energia desses eventos a deixava exausta. O problema real, no entanto, era algo mais profundo, algo que ela finalmente começou a perceber, mas ainda não conseguia nomear.
As mulheres eram poucas e distantes entre si, infelizmente, esta ainda é a realidade, com apenas cerca de 25% das posições de alta gestão ocupadas por mulheres em diversos setores. Lila notou uma mulher ao lado do buffet, outra conversando educadamente com um grupo de homens, e uma terceira sentada sozinha, rolando a tela do celular. Não havia irmandade, nenhum contato visual trocado, nenhuma ligação compartilhada. A realização caiu sobre Lila como um peso em seu peito.
Ela pensou nas outras conferências que havia frequentado. Sempre foi a mesma coisa, as mulheres eram muitas vezes distantes, reservadas, como se estivessem competindo por um prêmio invisível, em vez de se apoiarem. Enquanto isso, a conexão com os homens parecia fluir mais facilmente. Eles eram mais casuais e relaxados. As mulheres? Estavam sempre em guarda, como se cada outra mulher fosse uma ameaça em potencial.
E então tudo fez sentido. O motivo pelo qual ela temia esses eventos não era apenas por causa das conversas casuais ou da pressão para fazer contatos, mas porque não havia senso de colaboração entre as mulheres. Lila se sentia sozinha, como se estivesse em sua própria ilha, em vez de fazer parte de uma rede de mulheres fortes e solidárias que se elevam mutuamente.
Naquela noite, ao refletir sobre a conferência deitada na cama, Lila prometeu mudar sua abordagem. Na próxima vez, em vez de buscar leads ou clientes, ela procuraria as outras mulheres, iniciaria conversas e ofereceria apoio genuíno. Se elas não construíssem uma irmandade, quem o faria? Era hora de competir não em isolamento, mas em crescimento, colaboração e pavimentação de caminhos umas para as outras.
A irmandade, ela percebeu, não era apenas algo bom de ter, mas essencial. E ela estava determinada a começar a fazê-la acontecer.
Vamos falar sobre isso:
Eu tive a sorte, ao longo da minha carreira, de trabalhar principalmente com mulheres que estão dispostas a se conectar e apoiar umas às outras. No entanto, essa não é a realidade que ouço de colegas e amigas que atuam em diferentes setores, especialmente em tecnologia e saúde. Sempre tive a expectativa de que as mulheres se conectariam mais facilmente, já que somos uma minoria, mas, assim como a experiência descrita por Lila, fora do meu ambiente de trabalho, eu muitas vezes acho mais fácil fazer networking com homens. Esse contraste destaca a questão da irmandade limitada e abre a discussão sobre por que isso precisa mudar, especialmente em espaços dominados por homens.
A mensagem principal esta semana é: A irmandade não encoraja a competição, exceto quando estamos competindo para colaborar melhor, crescer juntas e nos ajudar a desenvolver umas às outras.
Recentemente, participei de um jantar de networking com um grupo de 12 pessoas (8 homens e 4 mulheres). Uma mulher, vamos chamá-la de Sarah, dominou a conversa desde o início. Em vez de abrir espaço para que os outros compartilhassem suas percepções, ela passou a maior parte do tempo falando sobre suas conquistas pessoais, suas promoções recentes, prêmios e iniciativas que liderou. Embora suas realizações fossem impressionantes, ficou claro que ela estava monopolizando a discussão, em vez de fomentar um diálogo.
Eu e as outras mulheres hesitamos em interromper. Tentei envolver as outras, fazendo perguntas que pudessem convidá-las a compartilhar suas perspectivas, mas Sarah continuou focada apenas em sua própria narrativa. Essa dinâmica impediu o que poderia ter sido uma conversa mais colaborativa e solidária, perdendo uma oportunidade valiosa de elevar e aprender umas com as outras.
Essa experiência destaca a importância de criar conversas inclusivas onde todas as vozes sejam bem-vindas. Liderança efetiva dentro da irmandade significa amplificar os outros, não apenas a si mesma. O domínio de Sarah na conversa reforça a competição que pode surgir entre mulheres em ambientes dominados por homens, onde podemos nos sentir pressionadas a afirmar nossas realizações para validar nosso valor. Essa pressão pode, inadvertidamente, desviar nosso foco para a autopromoção, em vez do apoio coletivo.
Se Sarah tivesse adotado uma mentalidade colaborativa, celebrando não apenas suas realizações, mas também as de suas colegas, ela poderia ter criado uma atmosfera mais inclusiva. A verdadeira colaboração, onde as mulheres se elevam mutuamente, beneficia a todos, quebrando a crença de que só há espaço para uma ou duas no topo. Isso leva ao sucesso compartilhado e abre caminho para que mais mulheres prosperem, mostrando que apoiar o crescimento umas das outras é muito mais poderoso do que competir por oportunidades limitadas.
Quando as mulheres se apoiam e incentivam no ambiente de trabalho, nos sentimos menos isoladas e menos inclinadas a nos ver como concorrentes. Essa solidariedade cria uma rede mais forte, abrindo mais portas coletivamente.
Ao refletir sobre o jantar, gostaria que tivéssemos nos unido, trocado contatos e apoiado as ideias umas das outras. Se tivéssemos abraçado a solidariedade naquela noite, poderíamos ter causado um impacto mais significativo em nossa indústria.
Eu realmente gosto de falar sobre as conquistas de minhas colegas, companheiras de trabalho e amigas notáveis. É essencial que as mulheres reconheçam e amplifiquem as forças umas das outras. Ao abrir caminho para outras, garantimos que, à medida que uma mulher tem sucesso, outras possam segui-la. Trata-se de criar caminhos para futuras gerações de mulheres, garantindo que a escada não seja puxada por quem conseguiu chegar ao topo.
Sou intencional em empoderar todas as mulheres que cruzam meu caminho e impulsionar suas ideias. Este é meu humilde esforço para cultivar uma cultura onde amplificar as forças das mulheres se torne a norma. Talvez essa abordagem venha da minha criação; em minha família, todos celebram as conquistas uns dos outros. Eu costumo dizer que meus bons amigos são aqueles que estiveram lá por mim quando mais precisei, enquanto meus grandes amigos celebram minhas vitórias com a mesma intensidade com que me oferecem seus ombros para chorar.
No ambiente de trabalho, fui abençoada com muitas mulheres que admiro e de quem aprendo lições valiosas. Tenho orgulho de falar sobre elas e sobre o valor que agregam à minha vida e carreira. Espero fazer o mesmo por elas.
O único tipo de competição que deve existir dentro da irmandade é em torno de quem pode se destacar na colaboração, no fomento ao crescimento e na criação de oportunidades para o desenvolvimento de outras. Ao trabalhar ativamente para fortalecer a irmandade, podemos ajudar a criar um ambiente inclusivo onde todas as mulheres tenham a oportunidade de prosperar e ter sucesso.
Vamos dar o primeiro passo:
Vamos nos comprometer a fortalecer a irmandade em nossos locais de trabalho! Comece entrando em contato com uma colega e oferecendo seu apoio, seja por meio de mentoria, colaboração em um projeto ou simplesmente com uma conversa. Compartilhe suas experiências e amplifique as vozes de outras mulheres ao seu redor. Juntas, podemos criar uma cultura de trabalho que celebre a colaboração, o empoderamento e o sucesso compartilhado.
Eu compartilho minha jornada, junto com as histórias de dezenas de mulheres, através dos posts do blog BRAVA, e espero que nossas experiências inspirem outras a buscar ou oferecer apoio. Se você tem uma história que acredita que poderia beneficiar outras pessoas, sinta-se à vontade para entrar em contato comigo diretamente em lucianecarrillo@gmail.com. Sua história pode ser compartilhada através da nossa personagem, Lila, mantendo sua identidade confidencial, se preferir.
Comments
Post a Comment