A Arte de Estar Presente!

 "A arte de estar presente"


Estou sempre ocupada. Quem não está nos dias de hoje? Ser mãe com um emprego exigente, três filhos menores de 9 anos e uma casa para administrar não é tarefa fácil. Meus dias começam cedo e terminam tarde, cheios de reuniões, levar as crianças à escola e uma lista interminável de tarefas domésticas. Mal tenho um momento para mim, e quando tenho, sinto-me culpada por não ser produtiva.

Não digo isso procurando compaixão ou elogios. Honestamente, não me orgulho de agir assim. Outro dia, minha terapeuta (sim, descobri a beleza de ter uma terapeuta) disse: "Você precisa de um break. Tente não fazer nada por um tempo." Eu apenas ri e disse: "Eu nem saberia como fazer!"

No dia seguinte, Mateo, meu filho de 4 anos, entrou correndo todo animado porque encontrou um pêssego no nosso quintal. Acontece que vivemos nesta casa há 4 anos, e só agora percebi que temos uma árvore de pêssego. Agora, todas as noites depois do jantar, ele diz: "vamos pegar uns pêssegos".

Num desses fins de tarde, estávamos voltando para dentro de casa, carregando uma tigela cheia de pêssegos vermelhos, doces e suculentos, quando Mateo chamou minha atenção para a buganvília que pensávamos estar morta desde que a mudamos do jardim da frente para o quintal. Agora, ela brotou lindas flores rosa escuro, que claro, eu não tinha notado até ele me pedir para parar e ver.

Às vezes, me pego observando Mateo vivendo sua vida, e fico fascinada com a maneira como ele encontra alegria no momento. Ele pode deitar no chão e conversar consigo mesmo ou ficar olhando para o teto por um bom tempo, ou brincar com Lego, e quando pergunto o que ele está construindo, ele diz: "Ainda não sei." É como se o destino (produto final) não importasse; o que importa é a jornada em que ele está curtindo.

Refletindo sobre esses momentos com Mateo, percebi o quanto deixei a correria do meu dia a dia roubar a alegria das pequenas coisas. Observá-lo me ensinou a importância de estar presente e aproveitar o momento, por menor que seja. Quando foi a última vez que você realmente parou para estar presente no momento?

Vamos falar sobre isso:

Um colega de trabalho recomendou um aplicativo chamado "Headspace" há algum tempo atrás. Apesar da minha inicial desconfiança em relação à meditação e da minha falta de familiaridade com mindfulness, decidi sair da minha zona de conforto e experimentá-lo. Eles têm cursos básicos que começam com exercícios de meditação de 3 minutos. No início, me senti desconfortável. Minha mente estava cheia de pensamentos sobre a roupa para lavar, e-mails e listas de compras. Mas gradualmente, enquanto sentava no quintal, sentindo o calor do sol e o suave murmúrio das folhas me acalmaram. Pela primeira vez em muito tempo, senti uma onda de relaxamento. Após 3 minutos, abri os olhos, me sentindo mais leve e claro. O mundo não desabou porque reservei um momento para mim mesma. Na verdade, me senti mais presente e energizada.

Continuei? Sim, por algumas semanas, mas eventualmente voltei à minha rotina, deixando isso de lado como tantas outras iniciativas que iniciei na tentativa de "cuidar de mim mesma". Durante uma sessão do Headspace, o "coach" fez uma pergunta simples, porém intrigante: "O que te traz alegria?" Depois de meses de reflexão, percebi que minha alegria vem dos momentos mais simples: um abraço demorado, um ato de bondade inesperado, um segundo extra para admirar uma vista, uma flor ou um beija-flor. É o riso das minhas crianças brincando juntas e cantando com entusiasmo (mesmo que todos nós pudéssemos beneficiar de aulas de canto). Descobri que reservar pequenos momentos para praticar a "arte de não fazer nada" me ajuda a estar presente e prestar atenção às pequenas coisas que recarregam minha energia, tornando-me uma mãe e profissional melhor.

A "arte de não fazer nada" envolve intencionalmente tirar um tempo para relaxar, refletir e estar presente sem se envolver em nenhuma tarefa ou atividade específica. Para mim, "não fazer nada" enfatiza a importância do descanso e do rejuvenescimento mental em um mundo que frequentemente prioriza a produtividade constante e a agitação.

Parece simples – "apenas não fazer nada". Mas você pode se perguntar: "Quem cuidará dos meus filhos, dos prazos de trabalho e das minhas demandas diárias?" Todos nós temos responsabilidades, metas e propósitos na vida, o que torna a vida interessante e digna de ser vivida. No entanto, com a constante estimulação, muitas vezes estamos distraídos de estar presentes, tendendo a focar em preocupações passadas ou futuras. Embora ainda tenhamos que administrar nossas tarefas diárias, ser intencional sobre encontrar esses "momentos de recarga" nos permite ver seus benefícios, nos fazendo buscar mais desses momentos.

Então, o que estamos esperando? Que tal começarmos "AGORA"? O momento presente criará nosso futuro e se tornará parte do nosso passado. Então, por que não aproveitá-lo e tirar uma "foto mental" deste momento?

Vamos deixar a culpa de lado e nos permitir relaxar e desestressar sem nos sentirmos culpadas por sermos improdutivas. Estamos investindo em nosso bem-estar, reservando um minuto para nos reconhecer e celebrar. Nós merecemos isso, não é mesmo?

Quando me sinto sobrecarregada ou presa, gosto de dar um passeio. Andar pelo meu bairro dá espaço para minha mente vagar, levando a insights criativos e reflexões mais profundas sobre mim mesma. É importante acalmar nossas mentes e dar espaço mental para a criatividade e imaginação brilharem. Soluções com as quais lutamos para encontrar muitas vezes surgem quando paramos de forçar uma resposta.

No final das contas, reconhecer o valor do tempo de inatividade é essencial para nosso bem-estar geral e saúde mental. Ao reconhecer isso, podemos dar pequenos passos em direção à prática da arte de não fazer nada, encontrando equilíbrio e nos dando permissão para descansar, rejuvenescer e desfrutar momentos de paz e tranquilidade. Se isso aumenta a alegria em nossos dias agitados, por que não tentar?

Como seria o mundo ideal:

  • Permitimos-nos não ser produtivas 100% do tempo e não nos sentimos culpadas por isso.

  • Somos intencionais em estar presentes, vivendo o momento. Seja fazendo nada, compartilhando uma boa risada com uma amiga, ou chorando depois de um dia estressante, esteja presente!

Para pensar e refletir:


“Atenção plena trata-se de estar completamente desperto em nossas vidas. Trata-se de perceber a exquisita vivacidade de cada momento." - Jon Kabat-Zinn


Bora dar o primeiro passo?


Abrace o momento! Respire fundo, afaste as distrações e envolva-se completamente com o que está acontecendo ao seu redor agora. Esteja presente, quer esteja desfrutando de um momento tranquilo sozinha, compartilhando uma risada com uma amiga ou simplesmente apreciando a beleza do mundo. Comece hoje - faça cada momento contar!


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